16.5.12

como lhe explicar que não só seus ossos são enviesados como também o é seu espírito? amodorrado, estagnado num falso positivismo que não é nada mais nada menos que indolência no seu estado mais tolo.

saberão eles que esta carcaça ressequida nada tem para dar? que as células demasiado diferenciadas morrem, que as ideias apodrecem, e que a revolução científica se dá continuamente, na perpétua procura de uma perfeição desmazelada que não agrada a ninguém a não ser esses seres superiores dotados de encéfalos capazes de raciocinar mediocramente a quem chamam de homens?

este veneno que se infiltra nos nossos corações, que não me deixa dormir de noite, que me faz ter vergonha de pertencer a esta raça, de ter também células demasiado diferenciadas, de morrer a partir do momento em que solto o primeiro suspiro.

que mundo é este onde tenho medo de respirar, onde a chuva mata e onde cada um traz, cravado no seu coração, um punhal?

tanto lutamos para quê... não sei para que luto... se temos sempre de esperar pelo momento certo para fazermos as coisas certas para sermos considerados certos.
odeio estar certa!

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