devia tornar este blog privado, visto que as estatísticas vão apontando algumas visualizações de páginas.
não sei, as pessoas são más e lidam mal com a tristeza dos outros.
mas depois penso que no final vamos todos morrer e ser terra para flores e a minha alma fica mais tranquila.
às vezes acho que tenho dezasseis anos de corpo e cento e trinta de alma. ela está, literalmente, a apodrecer.
é degradante e não o controlo.
no outro dia decidi espreitar e o odor era insuportável. as almas cheiram mal quando estão carcomidas pelas dores da vida... o pior é que não me lembro bem que dores são essas... e por isso tenho de as inventar.
quando invento uma nova, choro para celebrar. tipo agora.
pensei que tinha qualidades, mas afinal não tenho, e agora todas as pessoas estão enganadas. o pior de tudo é que não lhes posso dizer que estão enganadas, pois acharão que isto é uma desculpa para a preguiça que me impele a não fazer nenhum. é verdade, estou preguiçosa. é verdade, não quero fazer nenhum. mas continuo a não ter qualidades.
Procrastino, procrastino, procrastino...
Mas acho que a evidência maior está no acto de ser feliz. Procrastinação da felicidade. Não sei como batalhar isso.
Livros de auto-ajuda são teóricos e pouco práticos.
Cortar-me para sentir dor real em vez de psicológica está demasiado na moda.
Centrar-me em futilidades faz-me sentir vazia.
Porque não entrego a minha vida a outros que realmente precisam?
Mas calma. Talvez esteja errada. Talvez eu precise também. Estou desconsolada e sinto que não há remédio para mim.
Ou talvez haja, mas "não se pode usar chupeta para sempre".
Não tenho problemas com a chupeta, mas a verdade é que durmo todos os dias com o mesmo cobertor desde que nasci. Quantos de vocês farão o mesmo? E quantos de vocês não o admitem porque não é fixe?
Não fico feliz com a tristeza dos outros até porque rejubilo com sorrisos sinceros, mas às vezes custa-me olhar para o lado e ver que não se passa nada.
Que é tudo da minha cabeça. E penso, quem está certo? Serão eles? E como passar a estar certa?
É como se houvesse algo a falhar aqui... às vezes, quando estou feliz, digo para mim: "vês inês, isto é estar feliz, e tu és feliz por isto e isto e isto e tudo é bom e por isso estás feliz" e os meus lábios assentem docemente com um sorriso, porque é verdade.
Neste momento contorcem-se de cieiro devido à fricção com os lenços de papel. Fico ranhosa quando choro.
Devia ter cautela para não revelar estas coisas online, visto que são fraquezas... mas sei lá, preciso disto para saber que hoje me senti assim. E para acreditar que haverão dias melhores. Tem de haver...
Ai tem tem...
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