11.7.14

(Cada vez mais me convenço de que) a vida é um jardim

Quando não escrevo, sufoco. Daí a minha necessidade de, nas horas tristes, produzir palavras em vez de lágrimas. Não é que não sufoque também nas horas contentes, toda a gente sufoca, só que na altura não damos por isso. 

Nunca tive certezas de nada. Sempre fui uma lagarta em constante metamorfose e, das poucas vezes que me sentia pronta para finalmente deixar o casulo, decidia que afinal não queria ser borboleta, mas sim abelha. Nova metamorfose. Até que, quando te conheci, decidi que borboleta queria eu de certeza ser, e juntos voámos. 

Às vezes penso que, as palavras, por mais espectaculares, incríveis e belas que possam ser, são também ingratas. Imensamente ingratas. Pergunto-me se estivemos, ao fim de todo este tempo, a comunicar da mesma forma... e começo levamente a ponderar a hipótese de que não. Isso explica o facto de nunca teres chegado a horas, pois as horas para ti não seriam as mesmas que para mim.

Quão inocente fui eu, julgar que era a única flor do teu jardim. É o problema dos girassóis... crescem demasiado e depois, lá no alto, por não verem mais ninguém ao seu redor, julgam ser os únicos, quando na verdade muitas outras florzinhas estavam já a lutar para conseguir o seu lugar.


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