Erasmus na Suécia - a Chegada

Um dia longe já passou.
Hoje ao passar pelo controlo de segurança no aeroporto deu-me um ataque de choro e enquanto escrevo isto as lágrimas chegam aos olhos; há algo de poético neste dramatismo de primeiro mundo, coitada, foi de Erasmus.

O dia até correu bem, tirando o facto de o aloquete que eu tenho à mão ser demasiado pequeno para o cacifo do hostel (hoje não fui roubada, só falta sobreviver a amanhã), ter-me esquecido de chinelos e pijama (claro), e a luggage room onde fui deixar a mala maior ser no piso inferior e por isso ter uma escadaria enorme. Lá foi a mala de 24kg pela escadaria abaixo (vá, só os últimos degraus).

Hoje caminhei 16,4km. Tenho as pernas cansadas, mas sem dúvida que o que custou mais foram os primeiros 600m após ter chegado a Estocolmo. Custou carregar a mochila às costas mais a mala super pesada (a da escadaria) mais uma carteira mais um casaco até chegar ao hostel. Socorro. Juro que considerei pedir um táxi. Claro que não o fiz. Nestas coisas sou forreta.

Na receção lá me perguntaram se eu queria o bed linen e a toalha por mais umas coroas extra (não há almoços grátis, amigos) e nisto acedi. Abrir aquela mala? Nunca, só quando chegar a Borås. Fiz a minha caminha e desejei ter o Francisco comigo. Habituado a fazer camas está ele, eu não fui feita para estas andanças. Lá prendi o lençol de baixo no colchão e pronto, dei-me por satisfeita.

Hoje limitei-me a explorar a cidade (daí os 16km) e fui ao museu da Fotografia. Gostei muito.

O momento mais melancólico do dia foi o meu sunset sozinha a regressar ao hostel e a comer meia meloa com uma colher de plástico de café, gentilmente cedida pelo supermercado. Meia meloa. 1,5€.
E aí pensei que toda a minha visão de Erasmus não estava naquilo, eu queria era estar sentada num café todo fotogénico com o meu bloquinho a escrever e a beber um daqueles cafés Starbuckianos. Claro que não aconteceu. O que aconteceu foi uma Inês a andar pela cidade a comer meia meloa cheia de olheiras e transpirada e sozinha. Pensei que o meu cabelo ia ficar mais loiro assim que chegasse, e os meus olhos mais azuis, mas pelos vistos isto de ser escandinavo (ainda) não se pega.

Amanhã vou continuar por Estocolmo e pretendo visitar dois museus. Espero que os outros dias não custem tanto quanto este, sinto-me um bocado sozinha.

E também há uma questão que me apoquenta: vou ter de passar a ser eu a lavar a minha roupa.

S-O-C-O-R-R-O.

Até amanhã amigos & família