Olá mundo,
Não sei se sabem, mas esta altura do dia, o fim do dia, em que estou em casa a escrever para mim e para os que de vocês me quiserem ler é um conforto grande. É mais um dia ultrapassado e vencido, e menos um dia que falta para voltar a estar com o meu amor, família e amigos.
Hoje foi um dia preenchido. Levantei-me às 10h da manhã e após tomar banho e o pequeno-almoço, apanhei um autocarro até Hässleholmen, um bairro em Borås (curiosamente um bairro problemático devido aos imensos imigrantes - na sua maioria muçulmanos - que existem... e onde muitos estudantes de intercâmbio vão parar porque lá há apartamentos e quartos muito mais baratos... ainda bem que lá não fiquei!) onde fui até ao escritório da empresa que detém os apartamentos onde estou a viver para levantar as restantes chaves que faltavam. A sorte esteve do meu lado, cheguei muito em cima da hora (o escritório fechava às 11h30 da manhã) e apanhei-os a sair. Felizmente uma senhora decidiu ajudar-me e lá tratei de receber as chaves e assinar o que faltava.
De seguida voltei a apanhar o autocarro de regresso ao centro e fui a correr até à faculdade. Cheguei em cima da hora (o gabinete de apoio ao estudante estava mesmo a fechar), mas novamente tive imensa sorte e lá consegui o papel que queria, necessário para abrir conta no banco sueco. Aproveitei e obtive também as assinaturas necessárias por parte do coordenador de Erasmus para poder enviar para a Universidade do Porto e obter a minha bolsa de Erasmus. O coordenador foi muito simpático e ajudou-me a digitalizar os documentos e a perceber como funcionava o sistema de impressão.
Descobri que há 115 estudantes de erasmus/exchange no total para este semestre e que sou a única portuguesa (e primeira estudante do Porto!) para além de outro rapaz do meu curso, mas que não conheço, e que também vem.
Descobri que há 115 estudantes de erasmus/exchange no total para este semestre e que sou a única portuguesa (e primeira estudante do Porto!) para além de outro rapaz do meu curso, mas que não conheço, e que também vem.
Fui até à biblioteca enviar os e-mails burocráticos e imprimir uns papéis e depois fui a pé até ao banco. Lá esperei um bom bocado até ser atendida, e o processo de abertura de conta demorou ainda mais um bocado. A senhora explicou-me como funcionam as transações através do telefone ou computador. Basicamente tenho uma máquinazinha que anda sempre comigo e que interage com a app/site com uns códigos de autenticação para eu poder fazer compras. É engraçado.
Com tudo o que me tinha proposto resolvido, voltei finalmente para casa. Já eram 14h45 e comecei a fazer o almoço. Tofu e esparguete. O esparguete cozeu um bocadinho de mais, mas até que ficou bom. Temperei tudo com os temperos da Margão que trouxe do meu querido país e molho de soja que comprei aqui.
Depois do almoço ainda estive a tentar ver como funcionava a lavandaria aqui do prédio.. há três em três pisos diferentes e só consigo abrir a porta se fizer uma reserva com o meu tag electrónico do prédio (a porta do prédio abre-se com este cartão, isto aqui é muito moderno). Como apanhei um rapaz a sair da lavandaria aproveitei para entrar e ver o interior. Havia máquinas de lavar e secar da Miele e tinha tudo bom aspecto. Mas não percebi como se pagava...? Acho que só depois de fazer a reserva vou perceber. Deve entrar para a conta de electricidade ou algo do género.
Às 18h fui até ao supermercado novamente comprar mais umas coisas que faltavam. Comprei mais uma embalagem de sumo de laranja (o meu miminho), dois pacotes de bolachas sem glúten (não que eu seja anti-glúten, mas não encontrava aquele "modelo de bolachas" - gengibre e com pepitas de chocolate - em modelo normal), um croissant, rolos de cozinha, meio kg de bulgur, 250g de tofu, puré de batata instantâneo para experimentar, uma vassoura e apanhador, um piaçaba, aqueles discos de colocar na sanita para ela cheirar bem, toalhitas para quarto de banho e cozinha, detergente e amaciador para roupa, panos e sei lá que mais. Tudo custou 345 Kr (35euros), nem acho que tenha sido muito.
Era ver-me a voltar para casa, mochila às costas, vassoura e piaçaba na mão, lágrimas a rolarem pela cara abaixo. Sim, porque face a ontem a situação do choro não melhorou. Choro sozinha, choro a falar com a minha família e principalmente a falar com o Francisco. Custa-me estar longe como nunca imaginei que ia custar. Sinto-me arrependida de ter vindo mais cedo para conhecer Estocolmo,Oslo, Bergen e Odda porque na verdade acho que isto de conhecer o mundo não tem piada nenhuma sozinha. Sinto tanto a falta dele e eu sei que vivemos numa era em que a comunicação é tão simples e imediata, e posso ir falando com as pessoas ao longo do dia... mas custa TANTO. Custa tanto estar sozinha numa cidade que me é estranha, com hábitos que não são os meus e onde no supermercado tenho de estar agarrada ao google tradutor.
Amanhã vou acordar mesmo muito cedo, tenho de apanhar às 5h45 um autocarro para Gotemburgo e lá espero duas horas para às 8h45 apanhar um autocarro para Oslo. Vou conhecer a Noruega durante 5 dias.
Muitos beijinhos carregados de saudades,
Inês
Amanhã vou acordar mesmo muito cedo, tenho de apanhar às 5h45 um autocarro para Gotemburgo e lá espero duas horas para às 8h45 apanhar um autocarro para Oslo. Vou conhecer a Noruega durante 5 dias.
Muitos beijinhos carregados de saudades,
Inês
Stay strong Nini! Como te vais rir disso tudo daqui a uns tempos e como vais valorizar e nunca arrepender-te. Acredita! Mas sim, custa. Muito! Beijo grande...
ReplyDeleteObrigado uma vez mais pela partilha diária do que será um ativo sem preço e não replicável! Estás no caminho certo! Beijinho grande e força poistiva!
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