Erasmus na Suécia - Dia 7 (Odda)

Olá olá amigos,

Hoje acordei às 7h15 para apanhar o autocarro para Odda. Lá comprei um novo bilhete estudante (sempre foi aceite!) e refastelei-me em dois bancos.

A paisagem deste trajeto é mesmo muito muito bonita. Para quem estiver interessado, é o bus 930. Fizemos uma travessia de ferry dentro do autocarro e tudo!

Odda é mesmo deslumbrante. O tempo não esteve o melhor do mundo, é certo, pois o céu manteve-se encoberto, mas se tivesse estado um dia de sol espectacular seria certamente um dos locais mais bonitos que já visitei. Uma vila pitoresca repousada num vale verde, banhada por um fiorde imenso e enquadrada em montanhas altíssimas com neve de verdade no topo.

Passeei por Odda e lá almocei a minha pizza de 20€. Já o pequeno almoço (água e croissant) foi 4€,  amigos. Se decidirem visitar a Noruega, venham preparados. De toda a Escandinávia, é certamente o país mais caro. Pretty hurts. At least in your pocket.

De tarde voltei a sentir-me em baixo. Reconheço um padrão. As horas 15h-18h são as piores. É quando o dia já não está no início, mas também não está no fim, e eu sozinha vejo-me sem nada para fazer. Se o Francisco aqui estivesse tê-lo-ia forçado a fazer uma sessão de fotos comigo na baía. Chorei, claro que chorei, ao fim ao cabo ainda não passou um dia sem eu chorar e, por mais que queira dar-vos um post totalmente positivo, esse dia ainda não chegou.

Fiz o check-in perto das 15h30 e mal entrei no quarto fiquei algo desiludida. Era minúsculo, três camas, mas minúsculo.

Este foi o momento em que me senti pior. Estava desanimada e o relógio parecia novamente mover-se vagarosamente, preguiçoso, sentia os segundos a passarem como se fossem as próprias batidas do meu coração. Tic-tac, Tic-tac.

Decidi tentar contrariar com todas as minhas forças. Fui à cozinha falar com pessoas. Faz-me confusão estabelecer relações de mera casualidade (sou mais do tipo de conhecer uma pessoa com calma, uma de cada vez, deixando crescer as minhas raízes no coração dessa pessoa e esperar que ela as regue). Mas decidi tirar a Inês descomplicada da cabeça e falei com todas as pessoas que estavam na cozinha. Algumas também vão fazer a caminhada amanhã e vão no mesmo autocarro que eu.

As horas foram passando e dei por mim a jantar às 17h30 (na Noruega janta-se entre as 16h e as 18h. Eu sei.)... Continuei a conversar e antes de vir para aqui estive na receção com mais pessoas a ver três episódios de uma série na televisão, que tinha Netflix!! E a beber chá. A série Chama-se Riverdale, é uma daquelas séries american-high-school-style. Pela primeira vez estive uma hora e tal sem olhar constantemente para o telemóvel, que tem sido uma extensão do meu próprio corpo, e que bem que soube.

Amanhã acordo às 5h30, pois às 6h30 apanho um autocarro que me levará até ao início da longa, aclamada e desafiante caminhada de 12km até Trolltunga. Ainda bem que aqui no hostel me emprestaram um casaco, ou eu iria muito mal agasalhada para amanhã (5 graus de previsão, isto aqui não é Vilamoura!).

Vai ser um enorme desafio, não apenas físico, mas principalmente emocional. Vão ser cerca de 12h a caminhar (12km para lá e 12km para cá)... E tudo para ver uma pedra. Eu sei.

Um beijinho especial para os meus tios Filipe, Joana e priminho Afonso, que me ligaram com uma chamada muito especial.

E para o Nuno, um amigo "quase da idade da minha mãe", que tive o privilégio de conhecer no mundo das corridas, e que também me deu bastante apoio hoje.

Quando as minhas sapatilhas de corrida chegarem (vêm na mala que falta) vou correr em honra a todas as pessoas maravilhosas que tive a sorte de conhecer graças a este desporto único.

Até amanhã!

Beijinhos