Erasmus na Suécia - Dia 114 e 115 (São Petersburgo - Dia 1 e Dia 2)

Olá a todos,

Bem, atrasei-me a escrever este post... No próximo post já vão perceber porquê. Aqui vai então a narração dos dois dias passados em São Petersburgo (quarta-feira, dia 6 de dezembro, e quinta-feira, dia 7 de dezembro), uma cidade que já tinha visitado há uns anos, mas da qual não me lembrava de muito, e que amei revisitar, na companhia do meu melhor amigo, namorado e noivo =)

Como já tinha dito, entrámos às 23h no autocarro, a partir da estação de Tallin, para São Petersburgo. Não dormi toda a noite, dado que tinha um trabalho para fazer. Foi muito duro estar sempre acordada, mas teve de ser. O Francisco ainda se tentou manter acordado para me fazer companhia, mas lá acabou por adormecer no banco do autocarro, que por si só não é o sítio mais confortável para dormir, como devem imaginar. Optámos por ir de autocarro, uma vez que a viagem de Tallin para São Petersburgo custava apenas 15€.

Por volta das 3h e tal / 4h da manhã, chegámos à fronteira russa, onde permanecemos durante cerca de uma hora. A passagem de fronteira é um processo moroso.

Primeiro entrou no autocarro um guarda para recolher os nossos passaportes, que foram levados para o posto de controlo. Passado um bocado entrou outro guarda diferente para entregar de volta os passaportes.

Mais uns minutos depois, entrou um novo guarda diferente para efetuar uma verificação aleatória de alguns passaportes.

Por fim, saímos todos do autocarro (meio da noite, - 5 graus, no meio do nada, cheios de sono... Que experiência agradável...!) e fomos para o posto de controlo propriamente dito, onde tivemos, individualmente, de passar por uma verificação de cerca de 5 minutos.

Terminado este processo, regressámos ao autocarro e seguimos viagem, chegando a São Petersburgo às 6h da manhã.

Os momentos que se seguiram foram de enorme desconforto, físico, psicológico e cultural. De madrugada numa cidade em que praticamente ninguém fala inglês, em que as comunicações por telemóvel e de acesso à Internet são caríssimas, onde todas as placas e sinalizações e informações estão em cirílico... Fica difícil. O plano inicial era apanhar um Uber até ao nosso hotel, que é uma opção muito mais segura do que táxi neste tipo de países que tentam extorquir turistas... Mas não conseguíamos aceder à Internet. Já desesperados, acabámos por apanhar um táxi. A distância a fazer era de apenas 3,5km... Mas o taxista cobrou-nos 1000 rb, que são aproximadamente 14,5€... Quando o preço justo (que teríamos pago de Uber) era de apenas 200 rb (2€ e tal). Fiquei absolutamente fula. Não é pelo dinheiro, é por ter sido "chulada". Mas pronto. Ainda tentei insultar o taxista, mas quê, não falam inglês!

Chegámos ao hotel e colocámos as malas numa sala própria. No entanto, o nosso quarto só estaria pronto às 14h, pelo que ali estávamos nós, super desconfortáveis e cheios de sono, sem poder descansar. E como só amanhecia às 9h, estava noite cerrada e havia pouco para fazer.

Estivemos um pedaço no lobby do hotel a usufruir da Internet do mesmo, visto que era a única oportunidade para tal e a planear mais ou menos o que iríamos fazer durante o dia.

Por volta das 8h e pouco resolvemos sair do hotel e enfrentar o frio, e fomos até um supermercado comprar pão, queijo e redbull (porque eu me encontrava morta de cansaço por não ter dormido e precisava de forças para encarar o dia) e estivemos a comer abrigados dentro de uma daquelas zonas interiores que fazem parte dos bancos e onde se pode levantar dinheiro. Sim, podem rir-se da situação, estávamos em modo sem-abrigo autêntico eheh.

Depois, resolvemos ir até uma loja de telemóveis para comprar um cartão com 10gb de net, a única maneira de se sobreviver aqui na Rússia, porque não dá para aceder à Internet como no resto da Europa. O cartão custou cerca de 3€, pelo que é um preço mínimo a pagar pela "liberdade", por assim dizer.

Já sem fome e com Internet, a situação estava melhor, mas continuávamos cheios de frio. Nada a fazer quanto a isso. O resto do dia foi passado a caminhar, para absorver o máximo da cidade possível. Caminhámos um total de 23km.

Como eu tinha de ir à Suécia a meio da nossa viagem para apresentar um trabalho, acabámos por ter de encurtar a passagem por São Petersburgo, pelo que tínhamos apenas um dia e meio de estadia nesta cidade grandiosa.

Visitámos toda a zona central e vimos por fora uma quantidade enorme de palácios e catedrais, que eu nem consigo enumerar. São mesmo mesmo muitos. 

Almoçámos num restaurantezinho italiano muito barato, perto do Hermitage, e onde comemos bem... Uma sopa de tomate, pasta com cogumelos, limonada, tarte de maçã e café por 6€.

De tarde fomos visitar o museu Hermitage, que é o segundo maior museu do mundo (sendo o Louvre, em Paris, o maior). Bem, uma quantidade infindável de salas luxuosas, impressionante!

Tivemos de voltar ao hotel às 17h30, uma vez que eu tinha mesmo de trabalhar, pelo que não fomos ao State Russian Museum.

Estive a trabalhar durante cerca de duas horas, e depois chamámos um Uber para irmos até ao Fabergé Museum, que está aberto até às 21h.

Apesar de não ser um museu muito grande, uma das salas tem em exposição nove Ovos da Páscoa Imperiais da Fabergé. Um bocadinho de informação proveniente da wikipedia, a título de curiosidade: "Os ovos Fabergé são obras-primas da joalharia produzidas por Peter Carl Fabergé e os seus assistentes no período de 1885 a 1917 para os czares da Rússia. Os ovos, cuidadosamente elaborados com uma combinação de esmalte, metais e pedras preciosas, escondiam surpresas e miniaturas. Encomendados a Peter Carl Fabergée, eram oferecidos na Páscoa entre os membros da família imperial. Disputados por colecionadores em todo o mundo, os famosos ovos de Páscoa criados pelo joalheiro russo são admirados pela perfeição e considerados expoentes da arte joalheira."

Os ovos são lindíssimos, gostámos muito de poder ver ao vivo :)

Depois da visita ao museu, decidimos fazer o caminho de regresso até à zona do nosso hotel a pé, para podermos apreciar a cidade à noite, que fica completamente iluminada, agora nesta época natalícia. Vale mesmo a pena.

Eu tinha de trabalhar, pelo que fomos buscar uma pizza familiar vegetariana, três fatias de pão de alho e pepsi à Pizza Hut ao lado do hotel (tudo isto por 12€, bem mais barato que em Portugal), e jantámos no nosso quarto.

O que se segue é novamente uma noite em branco. Exactamente, segunda noite seguida em que não dormi. Passei a noite a escrever mais umas páginas de um trabalho de grupo, que era para entregar no dia seguinte. Depois dormi entre as 8h e as 9h30, e arranjámo-nos para ir tomar o pequeno-almoço. 

Inicialmente tínhamos pensado em fazer uma viagem até fora de São Petersburgo para visitar o Palácio de Peterhof, que parece espectacular e é descrito como o "Versailles Russo", mas como não dormi, não estava com disposição para ir cedo fazer essa visita. Assim sendo, dado que o nosso voo era às 16h da tarde, para a Suécia, aproveitámos o resto da manhã para irmos visitar por dentro a Catedral do Sangue Derramado (talvez a principal atração de São Petersburgo), que é verdadeiramente monumental no seu interior, apesar de estar em obras no exterior... e depois fomos fazer também uma visita interior e também subir ao miradouro da Catedral de S. Isaac, a maior catedral ortoxa de São Petersburgo. As duas visitas valem mesmo muito a pena. Quarta-feira estavam encerradas, pelo que aproveitámos a quinta-feira de manhã para as visitar.

Visto que tínhamos comido ainda bastante ao pequeno-almoço, não tínhamos fome para almoçar, e então caminhámos de regresso ao hotel para ir buscar as malas, e chamámos um uber para nos levar até ao aeroporto, onde acabámos por comer uma pizza cada um (novamente, eu sei).

O resto do dia foi passado em aeroportos. Do aeroporto de São Petersburgo fomos para o de Estocolmo, onde apanhámos um novo voo para o aeroporto de Gotemburgo. 

Já no aeroporto de Gotemburgo, apanhámos às 19h um autocarro até Borås, chegando às 19h30 à cidade.

Fizemos falafel e arroz integral para jantar, e estive até às 2h da manhã a preparar a apresentação que tinha no dia seguinte.

Apesar de mal ter dormido nestes dias, e a chegada a São Petersburgo ter sido um pouco confusa e stressante (sente-se o choque cultural), adorei a cidade!!! Recomendo a toda a gente. É uma chatice conseguir o visa, mas vale bem a pena.

Bem, agora só me falta narrar o dia de ontem (sexta-feira) e de hoje!

Beijinhos,

Inês

PS: O Hotel em que ficámos em São Petersburgo chama-se Arkadia Hotel e tem 4 estrelas. O quarto era mesmo bastante grande, com uma cama enormeee, e custou apenas 80€, já com pequeno-almoço incluído. A localização é espectacular, acho que não pode ser melhor, pelo que recomendo mesmo a quem vá a São Petersburgo e com um orçamento similar ao nosso :)

PS2: Aconselho mesmo a utilização do uber para deslocações em São Petersburgo. É mais cómodo, rápido, e mesmo muito barato. A título de exemplo, a nossa viagem do hotel ao aeroporto, cerca de 23 km, custou apenas 8,80€.

A famosa Catedral do Sangue Derramado, com obras na cúpula central

A Catedral de St. Isaac

Vista da Catedral de St. Isaac

Vista da Catedral de St. Isaac

Vista da Catedral de St. Isaac

Catedral de Nossa Senhora de Cazã, à noite

Nós e a Catedral do Sangue Derramado, num momento em que estava a nevar!!

Catedral de São Pedro e São Paulo

Hermitage Museum / Winter Palace

Museu do Hermitage (close-up)

Museu Hermitage (interior)

Museu Hermitage (interior)

Edifício dentro da Fortaleza de São Pedro e São Paulo

Um dos Ovos Imperiais de Fabergé

Dois Ovos Imperiais de Fabergé

O Francisco e a neve

São Petersburgo iluminada

São Petersburgo iluminada

Interior da Catedral do Sangue Derramado

Interior da Catedral de St. Isaac

São Petersburgo iluminada

São Petersburgo iluminada