18.10.12

Que dor é esta que não me deixa fazer nenhum...

Hoje acordei, senhoríssima do meu nariz e de todas as outras zonas do meu corpo, e ao levantar-me caí.

Autch, podem crer que doeu. Coração de chumbo pesa e a gravidade leva-o para o chão.
Dei por ela já estava o coração no meu pé direito, fazendo força para que não me conseguisse movimentar. 

Mas viver é como andar de bicicleta e se a gente não se movimenta, passado pouco tempo cai. 

E eu caí ao levantar-me. 


Dói-dói-dói-dói e eu penso que avanço e dou por ela e dói-dói-dói, recuo. 
Avanço, recuo, avanço, recuo, avanço, recuo. Que horror, parece o jogo da glória e eu já não tenho idade para isto...

Estou farta, farta, farta, farta, farta. Eu quero ser ninguém na vida. Quero ser invisível, quero passar e quero que ninguém dê conta, quero ficar no chão e ser varrida com o pó até cair na sarjeta.

Até porque cair é fácil quando se tem coração de chumbo no pé direito. 
Dói, dói, é pesado e eu tão fraca. 

É tudo uma valente tristeza. Um mundo triste, um país triste com pessoas tristes que passam os dias a vestir coisas tristes, fazer coisas tristes e dizer coisas tristes.
Entristece-me e sou tão ou mais triste que todos vocês.
Que horror.

1 comment:

  1. Prima, que posso eu dizer perante tal texto? Pode ser triste, mas está escrito de uma forma tão bela que o torna agradável aos olhos dos tristes que o lêem! Estás nostálgica, estou a ver... Um beijinho alegre e cheio de cor * =)

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